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Pintura de Maria do Carmo da Hora
Descendo a Ladeira
Fábio Vieira
Vinha eu descendo a ladeira
Rumo à noite majestosa da boemia,
Êta formosura, se não fosse ela eu não existia!
Quando peguei a Baixa do Sapateiro, escutei um forduncio,
O berreiro vinha do boteco no fim da rua,
Segui no passo ligeiro, iluminado pelo véu da lua.
Nem bem cheguei na porta do pulgueiro
Uma mulher veio chorando e me agarrou pelo braço,
Disse: Moço me acuda, aquele homem quer me agarrar no laço,
Pegou-me pelos cabelos e me deu um tapa
Falou que se com ele eu não me deitar,
Até a meia-noite ele vai me matar.
Olhei pro jagunço encostado no balcão
De pé, era mais alto que eu supunha,
Mas eu nunca tive medo, já peguei touro à unha
Falei: Na minha frente nenhum cabra bate em mulher
Se tu for macho vamos lá fora que tu vai aprender
Meu nome é Zé Pelintra, tu nunca mais vai esquecer.
Lá fora o cabra foi safado e puxou a navalha
Disse que ia furar meu bucho e depois me deixar coxo
Eu falei: Vou até tirar meu sapato, pra não sujar com um frouxo
Ele tentando me espetar e eu gingando com o chapéu na mão
Três pernadas e uma arrudiada e o abestado foi ao chão.
Peguei a navalha e enfiei no bolso
Falei: Tu tome tento e aprenda uma prosa
Em mulher não se bate nem com uma rosa
A galega ficou tão feliz que me lascou um beijo
“Zé Pelintra, me salvou, é todo seu o meu coração”
No outro dia o povo todo estava falando:
“Derrubou o jagunço sambando de pé no chão”.
Na baixa do sapateiro, formou-se uma confusão!
Era malandro Zé Pelintra sambando de pé no chão!
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Infelizmente desconheço o pintor da obra
À Luz de um Cabaré
autores:José Balbino de Oliveira
João das Flores
Eu te pretendo assim
Dançando à luz de um cabaré
Vestindo seda de Pequim
Na pele branca, sensual
Como um jasmim
Me deixa ter-te assim
Bailando louca, sem cansar
As minhas coxas
Procurando as tuas coxas
E o prazer iluminando o nosso olhar
Deixa, me deixa colado
No teu corpo amado
Que pede por mim
Quero que este bolero
Relembre uma noite
Que não teve fim
Vou te levar com meus passos
Em busca de abraços
Que ainda não dei
Pra te beber no licor
No perfume em flor
Do nosso amor.